terça-feira, 1 de junho de 2010

Liberdade de expressão?



Hoje você tem a liberdade de dizer o que pensa, pode criticar, reclamar e discutir a política e seus direitos livremente. Mas nem sempre foi assim, imagine se você tivesse nascido em 1968 ? Naquela época não existia essa tal “liberdade de expressão”.
Hoje, ou daqui uns anos você estará se preparando para um vestibular, o mesmo vestibular de 42 anos atrás. Naquela época, a classe média que se preparava para o vestibular, encontrava uma faculdade com vagas reduzidas. E essa era uma luta dos jovens estudantes, modificar o número de vagas da faculdade. Naquela época, a vontade era conhecer melhor para poder transformar o Brasil. Estudando sociologia, história, filosofia e até economia.
Na faculdade se você não era esquerdista você estava fora de moda, e ao invés de lerem revistinhas de fofoca ou livrinhos de ficção, liam Leo Huberman, Engels, Lênin, Nélson Werneck Sodré, Caio Prado Jr, Moniz Bandeira e o famoso manual marxista de Politzer. É claro que existiam ainda os alienados, mas todo mundo queria estar informado, ou melhor conscientizado. Quem não lia, pelo menos ouvia falar, e todos estavam dispostos a um debate.
É, realmente os valores mudaram.
Os anos 60 formaram a grande década revolucionária. Os anos da minissaia, dos homens de cabelo comprido, da pílula anticoncepcional; da guerra do Vietnã, dos hippies, do feminismo; da Revolução Cultural na China, da Primavera de Praga, dos Beatles, dos Rolling Stones, de Jimi Hendrix e Janis Joplin, do LSD, do psicodelismo, das viagens à Lua; de Kennedy, e Mao Tsetung; do cinema de Godard, Pasolini e Antonioni; das idéias e dos livros de Sartre,; dos transplantes de coração, dos computadores e do amor livre, de Bob Dylan, Jim Morrison e Martin Luther King; de "Paz e Amor", Woodstock e Che Guevara.
Todo jovem queria ser um herói, lutar pelo seu país, defender suas idéias, e ter uma história pra contar.
E você, será que tem a sua?
Pelos corredores da faculdade ou escola, em cada grupinho de amigos, todos discutiam política, mais é claro bem baixinho, pois não existia a tão sonhada, liberdade de expressão.
Os jovens, ativos, faziam faixas, placas, e organizavam a sua passeata, gritando palavras contra o regime, a ditadura militar, que colocou uma mordaça nos direitos de expressão. Todos no centro da cidade, pedindo seus direitos, o direito de falar e ser ouvido. Do alto dos edifícios vinha o apoio dos escritórios e apartamentos, aumentando a confiança, do jovem que sonhava sonhar. O jovem que queria mudar seu país.
Mesmo apanhando, sofrendo por milhões, estava lá no muro pixado, “Abaixo a repressão!”.
Se você não era preso, mesmo tendo apanhado, ainda restava um ânimo para ir a um barzinho, e comentar sobre os acontecimentos.
Mas, mesmo sofrendo na pele, o jovem não desistia de defender os seus ideais.
Muitos morreram, apanharam, sumiram e sofreram, para que você hoje, tivesse a sua chance de falar. A sua chance de ser ouvido e ter seus direitos atendidos. Para que você tivesse a liberdade de expressão que eles tanto sonharam alcançar. Mas e você o que tem feito para se expressar?
Faça valer a pena, use a sua oportunidade de usar o que muitos lutaram para conquistar. A liberdade.
A liberdade de expressão!


By: Laura Valentim

3 comentários:

  1. Verdade, em meados de 60 para início de 70 foi a verdadeira luta pela liberdade de expressão jovem...
    O movimento anti-repressão foi realmente um movimento "Ghandista". Jovens foram preos, exilados, agredidos, alguns até mortos... Mas aqueles que ainda conseguiam manter-se de pé lutaram pelo que queriam, visaram um objetivo, e rumaram a conquista... Eu costumo dizer que só irá ganhar na mega sena aquele que jogar, ou seja, você só consegue se tentar. Eles tentaram insistentemente e conseguiram...
    Em Leopoldina por exemplo, o movimento Cadê o Passe, o movimento grevista dos professores no estado e outros movimentos... Todos eles obtveram êxito. Porque?. Por que Não a governo forte, que o povo não o enfraqueça...




    No mais.
    Estou indo embora.

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  2. A ditadura militar tirou do povo sua a liberdade, sua a dignidade e a vida de centenas de brasileiros, muito deles estudantes.
    Após o golpe de 64, os movimentos sociais, organizações de esquerda e os estudantes foram severamente perseguidos pelos militares, que cassavam direitos políticos e civis, mandavam nos sindicatos, prendiam, torturavam e assassinavam todos que eram contra o regime.

    Em 1968, foi decretado o AI-5 (Ato Institucional nº 5), que fechou o Congresso Nacional, e cerca de mil estudantes que participavam do 3º Congresso da UNE, em Ibiuna-SP, foram presos por policiais do DOPS.

    Somos fruto dessa geração, que viveu e lutou contra a ditadura militar no país.

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  3. Aqui em Leopoldina o povo tem um regime represivo. Mas não é imposto pelo governo, é pelo próprio povo que não acredita na luta social, na força em que eles tem, só que, a mesma força que o povo tem pra colocar um candidato no poder, ele tem pra tirar.

    OBS: Mas se 36.000 colocaram ele no poder 36.000 tem que se mobilizarem pra tira-lo...

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